5- MANJERICÃO
Nomes alternativos: Basílico, alfavaca, erva-real, manjericão francês, manjericão vermelho, manjericão roxo, manjericão de folha grande.
História: Manjericão grande ou manjericão doce (Ocymum basilicum) é uma
planta herbácea anual da família das mentas que também são lamiáceas
(labiadas) e existem cerca de 150 variedades. Chega a atingir 45cm de altura e
30 de amplitude. É originária do Médio Oriente, Índia e região
mediterrânica, mas hoje é plantado por todo o mundo. Apareceu
na Europa no séc. XVI. Na Índia é uma planta sagrada e é muito plantada
nos templos onde é conhecida pelo nome de tulsi (Ocymum demiflorum).
Era também uma planta simbólica para os antigos gregos e romanos que
acreditavam que esta continha poderes de reconciliação. No norte da
Europa e no Haiti está associada ao amor. Não há hoje aldeia grega onde
não paire nos ares o doce perfume do basílico (Ocymum minimum), também conhecido por greek basil
e que corresponde ao nosso manjericão comum o qual não
serve só para enfeitar mas também para cozinhar e afastar as moscas das cozinhas. Os gregos utilizam-na também para esse fim, plantando-a na
entrada das casas como sinal de boas-vindas mas também para manter
afastadas as moscas.
Composição: O seu aroma e sabor vem do óleo essencial anetol que também é um dos
constituintes principais do anis, o componente estragol também
existente no estragão, eucaliptol e eugenol também fazem parte do
cravio e o linalol que também existem na alfazema. Daí o forte aroma
quase inebriante do manjericão. É uma boa fonte de beta-caroteno que é a
vitamina A existente nos vegetais e frutos amarelos. Tem ainda cálcio e
vitamina C.
Propriedades: É um tônico geral do organismo e desinfectante digestivo. Aperitivo,
estimula o fígado, é diurético e refrescante. É ainda utilizado para
aliviar inflamações dos brônquios, gases intestinais, vertigens,
insónias nervosas, espasmos gástricos, depressão e perdas de memória.
Estudos feitos sobre esta planta indicam que é um estabilizador dos
níveis de glicemia, podendo ser utilizado para controlar a diabetes.
Quando aplicado na pele, pode causar alergias nas peles mais sensíveis.
De acordo com a America Cancer Society, uma dieta rica em vitamina A
pode diminuir o risco de alguns tipos de cancro. Em forma de chá, alivia
dores de cabeça de origem nervosa e regulariza o ciclo menstrual.
Quando diluido em água com algumas gotas e inalado, o óleo essencial
pode ser usado para tratar bronquite crônica e sinusite. Quando diluído
em óleo de amêndoas doces ou azeite, pode utilizar-se em massagens para
aliviar dores reumáticas e inflamações das articulações.
Uso na gastronomia: A cozinha tradicional italiana é quase impensável sem basílico onde é o componente principal do pesto.
Muito utilizado para condimentar pratos, massas, saladas, peixes,
cereais, carne, cogumelos, pizzas, embutidos, molhos, ovos. Combina muito
bem com queijo fresco. Utiliza-se ainda na fabricação de licores. Mas recentemente ele foi incorporado em receitas doces, como o sorvete com glacê de balsâmico, morangos e manjericão. Quando
seco pode juntar-se ao vinagre ou azeite para lhe conferir o sabor. Para
que conserve melhor o seu aroma, é preferível utilizá-lo cru, picado ou
moído. Pode substituir o tomilho, a segurelha ou o alecrim.
6- ORÉGANO
Nomes alternativos: Origanum vulgare, manjerona silvestre.
História: O orégano foi usado pela primeira vez pelos gregos. Em sua mitologia a deusa Afrodite inventou o tempero. Deu ao homem para tornar sua vida mais feliz. A palavra "orégano" é na verdade derivado da frase grega, "alegria das montanhas". Apenas casais foram coroados com coroas de flores do mesmo. Também foi colocada em túmulos para dar paz aos espíritos falecidos. A facilidade de seu cultivo,
juntamente com a inclinação romana para a expansão do Império iria
espalhar a sua utilização em toda a Europa e grande parte do Norte de
África. Nessas regiões foi usado para carnes, peixes, temperos e até mesmo como um condimento para o vinho.
Propriedades: O orégano além de trazer sabor aos alimentos, é um fonte rica em antioxidantes,
que são sinônimos de boa saúde, pois impedem o aparecimento de alguns
tipos de danos teciduais, por combater a formação dos temíveis radicais
livres, que contribuem para o envelhecimento precoce, além do
aparecimento dos tumores. Por isso o consumo de orégano ajuda na prevenção de doenças cerebrais, doenças cardíacas, controle do diabetes mellitus e doenças do sistema circulatório.
Uso na gastronomia: De sabor forte e
aromático, o orégano combina bem com tomates frescos, molhos à base de
tomate, omeletes, assados, pizzas, saladas e pratos de queijo. A erva fresca dá aos
pratos um sabor completamente diferente da versão desidratada, que tem
seu amargor mais acentuado.
Curiosidades: Foi esse sabor
característico que fez Hipócrates, na Grécia Antiga, dar à erva o nome
Origanum (erva amarga). Os gregos, por sinal, usavam o orégano muito
mais em receitas de óleos pós-banho do que na culinária.
7- ALECRIM
Nomes alternativos: alecrinzeiro, alecrim dourado, alecrim alvar, em inglês rosemary, em espanhol romero e em francês romarin.
Caracteristicas: O alecrim (Rosmarinus officinalis) cujo nome científico é muitas vezes confundido com o rosmarino (Lavandula stoechas)
é um arbusto vivaz da família das labiadas, possui numerosos ramos
lenhosos, cheiro fortemente aromático, pode chegar a atingir cerca de
dois metros de altura. Nos países mais quentes pode chegar a florescer
durante todo o ano, exceto nos meses mais frios do Inverno.
O alecrim alvar, de flores brancas, é agora uma raridade. São mais
comuns os alecrins de inflorescências lilases e azul arroxeado,
dependendo isto do tipo de solo e clima onde se desenvolva.
História: O alecrim foi trazido para a Europa pelos primeiros monges cristãos,
tornando-se muito popular nos jardins dos conventos onde era já
utilizado para fins medicinais, mas também era colocado nos armários
para afastar traças, e queimado nos quartos para purificar o ambiente
onde tinham dormido pessoas doentes. Nas lendas cristãs representava a Virgem Maria a quem é suposto ter protegido durante a fuga para o Egito.O alecrim está associado a cerimónias fúnebres desde o tempo dos
egípcios que o utilizavam para embalsamar os corpos. No Império Romano
enfeitavam-se com alecrim as imagens dos espíritos protetores da casa e
da família.
Propriedades: É útil para aliviar dores de cabeça, insônias, fadiga crônica e
estados convalescentes. É auxiliar do sistema digestivo, tensão
pré-menstrual, dores de garganta, mau hálito (é anti-bacteriano e
anti-fúngico), músculos doridos e cansados. Pode utilizar-se no
tratamento de epilepsia e em vertigens. Útil ainda no combate à
hipertensão arterial, desmaios e fraqueza associada a má circulação
sanguínea.
Por ser um estimulante da circulação cerebral, aumenta o fluxo de
sangue no couro cabeludo sendo muito eficaz no combate à queda do
cabelo, estimulando e fortalecendo o crescimento das raízes capilares. É
também utilizado para reduzir problemas de flatulência, estimular o
fígado e a vesícula aumentando o fluxo de bílis. É ainda útil no
tratamento da anemia.
Composição: Óleos voláteis (1 a 2%), borneol, canfeno, cânfora, cineol, matéria
amarga e resinosa, grande quantidade de taninos, um glicósido,
flavonóides, ácido rosmarínico.
Uso na gastronomia: O alecrim é muito apreciado no tempero de carnes mas também em vários
outros pratos como por exemplo sopa de tomate, beringelas recheadas e
decoradas com as pequenas flores de alecrim, adicionam um excelente
paladar à maioria dos pratos de massa e vegetais. Pode ainda colocar
folhas e/ou flores frescas ou secas (preferível usar sempre a planta
fresca ) e colocá-las num frasco com vinagre que depois
poderá utilizar nos temperos.Fazer uma geléia de alecrim também fica uma delícia para acompanhar o churrasco e carnes assadas.
Curiosidades: Na antiguidade colocavam-se nas mãos dos mortos raminhos de alecrim
que simbolizavam a imortalidade da alma e queimavam-nos durante rituais e
celebrações religiosas.
Em muitos cortejos fúnebres é ainda comum os acompanhantes levarem
ramos de alecrim que colocam na mão do defunto ou lançam por cima da
sepultura.
Durante a festa dos pastores que se celebrava em Abril e comemorava a
fundação de Roma, era hábito queimar-se alecrim para perfumar os
fontanários, bosques e rebanhos sagrados.
Os estudantes gregos entrelaçavam rebentos de alecrim antes dos
exames para reforçar as suas capacidades mentais. Tanto na Grécia como
em Roma era utilizado em casamentos e funerais para coroar os convidados
de honra das festas com grinaldas.
Na Europa era símbolo de devoção eterna e é usado ainda hoje na lapela do noivo e na grinalda da noiva.
Os médicos árabes utilizavam-no para ajudar os seus pacientes a recuperar a fala perdida na consequência de ataques cardíacos.
Na China é ainda hoje utilizado contra insónias e fadiga.
O nome da famosa água-da-Hungria, cujo principal ingrediente é o
alecrim, deve-se ao fato da rainha Isabel da Hungria, septuagenária e
muito doente, ter recuperado a saúde e rejuvenescido graças a uma
mistura que ela própria preparava, juntando alecrim, alfazema e poejo.
8- CEBOLINHA
Nomes alternativos: Família das liliáceas tal como o alho e a cebola, o seu nome científico é (Alium schoenoprasum).
História: É uma planta originária da Europa do norte e Ásia, prefere climas
temperados e frios, em tempos crescia espontânea em muitos lugares da
Europa, América do norte e Sibéria. Na Inglaterra ainda se pode
encontrar em estado selvagem perto do mar, onde se desenvolve nas pedras calcárias. No final da Idade Média começou a ser plantada em
hortas e jardins, tornando-se popular no séc.XIX.
Caracteristicas: É uma planta de aparência um pouco frágil mas na realidade é bastante
robusta e perene, de folhas longas, cílindricas e ocas atingingindo
cerca de 30 cm de altura, flores de cor rosa ou lilás arrendondados, pequeníssimos bulbos quase inexistentes. Apresenta o mesmo sabor característico da cebola, mas muito mais leve e
delicado, indicado para quem aprecia o sabor da cebola mas que tem
problemas em digeri-la.
Propriedades: Contendo ferro e vitaminas
diversas,principalmente A e C, a cebolinha é estimulante do apetite, além de
auxiliar a digestão. Ajuda no combate à gripe, e nas doenças das vias
respiratórias.
Uso na gastronomia: Utilizam-se as folhas, finamente picadas e frescas, não é recomendado
cozinhar, pois perde rápidamente o seu delicado aroma. Deve
apresentar-se viçoso e mole e de preferência colher pouco antes de
utilizar, quem não tem essa possibilidade pode sempre optar por
congelá-lo. Finamente picado pode juntar-se a queijos creme ou manteiga, patê de
atum ou simplesmente com iogurte e hortelã para acompanhar pratos de
peixe, combina bem com abacate, faz excelentes omeletes,
delicioso com salmão fresco ou defumado, peixe grelhado, marisco, saladas,
batatas com molho de queijo ou iogurte ou simplesmente adicionado ao molho vinagrete, pode ainda utilizá-lo para decorar os pratos de sopa ou
travessas variadas, as flores podem também ser utilizadas da mesma forma
adicionando aos pratos um leve sabor picante e um toque colorido.
Combina bem com as seguintes ervas: cerefólio, salsa, manjerona,
manjericão, paprica, funcho, coentro e estragão.
*Aguardem, que no próximo post vou falar sobre a sálvia, tomilho, manjerona, estragão e segurelha.
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