Funcionários do mercado atacadista Tsukiji, em Tóquio, carregam um atum-rabilho vendido por um preço recorde no primeiro leilão do ano.
O peixe de 342 kg foi vendido por 32,49 milhões de ienes (US$ 396,7 mil ou seja, R$ 658,52 mil) nesta quarta-feira. O peixe custou a bagatela U$ 1.160,00 o quilo, aproximadamente R$ 1.926,00/kg. É o maior valor desde 1999, quando os dados começaram a ser divulgados .
No ano passado, o valor recorde pago por um peixe havia sido US$ 175 mil por um atum-rabilho de 232 kg.
Segundo correspondentes, o atum-rabilho é considerado o de melhor qualidade para fazer sushi. O alto consumo e a pesca predatória intensa contribui para a redução da quantidade de atum no planeta, que já é considerado uma expécie em risco de extinção.
No ano passado, o valor recorde pago por um peixe havia sido US$ 175 mil por um atum-rabilho de 232 kg.
Segundo correspondentes, o atum-rabilho é considerado o de melhor qualidade para fazer sushi. O alto consumo e a pesca predatória intensa contribui para a redução da quantidade de atum no planeta, que já é considerado uma expécie em risco de extinção.
Iguaria é iguaria, mas para nós, pessoas comuns, parece um verdadeiro exagero o custo de um "peixe". Mas existem algumas justificativas.
Comecemos pela carne que o peixe tem. A barriga do atum é conhecida como Toro, que é a parte mais nobre do peixe e é comida em forma de sushi e sashimi. Este pedaço do peixe é rico em gordura, extremamente macio e saboroso, além de ser abundante em ômega 3 e 6. O Toro é normalmente dividido em dois sub-tipos: Chutoro e Otoro. São normalmente mais caros por serem pedaços pequenos do peixe.
A pesca desses atuns enormes e especiais é muito complicada. Os peixes são pescados a mão e linha, com utilização de iscas vivas. A pesca é feita a aproximadamente 50m de profundidade e o peixe é, ainda dentro da água, abatido através de descargas elétricas para se debater o mínimo possível. No barco mesmo, todo o seu sangue é retirado para evitar que a adrenalina acabe prejudicando a qualidade da carne. Todo esse cuidado vem do fato de que o excesso de água e a adrenalina liberada pelo stress do peixe quando está morrendo são as principais causas dos peixes e frutos do mar serem tão perecíveis.
Após o abate, os peixes têm as entranhas retiradas e são envoltos em gelo, ainda em alto mar, para se resfriar a 0°C o mais rápido possível. No caso do atum, isso é imprescindível, pois, como é um peixe muito rápido e que se movimenta muito, tem o sangue ligeiramente quente.
Após o abate, os peixes têm as entranhas retiradas e são envoltos em gelo, ainda em alto mar, para se resfriar a 0°C o mais rápido possível. No caso do atum, isso é imprescindível, pois, como é um peixe muito rápido e que se movimenta muito, tem o sangue ligeiramente quente.
Outro fator é o mar onde esses peixes são pescados, que geralmente são extremamente agitados e gelados, fazendo com que os atuns ganhem muita gordura. Mas a gordura por si só não justifica o valor e nem o sabor do atum. Esse mar revolto e frio, cria no atum uma carne firme e super oxigenada, causada pelo excesso de movimento, o que melhora muito o sabor da carne.
O maior problema dessa pesca predatória é que diversas espécies de atum estão entrando em extinção. Antigamente, somente o japoneses eram consumidores de sushis e sashimis, mas, como todos sabemos, o mundo inteiro passou a comer esses pratos e a demanda aumentou muito. Estima-se uma redução aproximada de 80% na população de atuns em todo o mundo desde 1958, ano em que os registros e estudos começaram.
O Japão, sozinho, consome até 80% de todo atum pescado anualmente. Por causa disso, órgãos controladores japoneses sugeriram a restrição o comércio de agumas espécies, pelo menos até os pesquisadores conseguirem descobrir formas mais sustentáveis dessas atividades, sem sucesso.
Apesar de toda procura, a grande quantidade de mercúrio encontrada na carne do atum pode trazer diversos problemas de saúde para o homem. Na verdade, praticamente todos os peixes têm uma quantidade pequena de mercúrio, mas os atuns chegam a ter um número 3 vezes maior da substância. Incêndios, fogueiras e indústrias liberaram mercúrio na atmosfera, que chega ao mar através dos rios, ventos e chuvas. Esse metal é absorvido pelas bactérias oceânicas e são convertidos em metilmercúrio, que é mais tóxico e mais facilmente absorvido por seres vivos. Essas bactérias acabam por cair na cadeia alimentar. Pequenos peixes comem plantas e microorganismos contaminados, que absorvem e acumulam o metilmercúrio. Os atuns e outros peixes grandes comem os peixes menores e se contaminam naturalmente. Quanto maior e mais velho for o peixe, maior deve ser a concentração de mercúrio em sua carne. Um grande atum pode comer um quarto do seu peso por dia, o que representa uma imensa ingestão de metilmercúrio.
fonte K-NEWS e Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário